Disseminadores de fake news têm defeito de caráter, diz Temer
Impacto da disseminação de notícias falsas nas eleições foi debatido em seminário em Brasília
O presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira (20) que pessoas responsáveis pela disseminação de notícias falsas na internet têm defeito de caráter.
Em seminário sobre as chamadas fake news promovido pela Abratel (Associação Brasileira de Rádio e Televisão), o emedebista defendeu a liberdade de imprensa como instrumento para a manutenção da democracia e afirmou que as notícias falsas precisam ser banidas.
“A virtude [dos avanços tecnológicos] é difundir amplamente o que acontece no país e no mundo. O seu defeito não é um defeito da informação, mas um defeito de caráter de quem utiliza a internet para desinformar com as chamadas fake news”, disse.
“Muitas vezes, há aqueles que apostam na desinformação de olho nos próprios interesses”, ressaltou o presidente.
No encontro, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luiz Fux, afirmou que a corte tem atuado em diversas frentes com objetivo de combater as fake news.
“Mais importante é atuar preventivamente do que repressivamente”, disse.
De acordo com o ministro, o Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político (Camp), que reúne marqueteiros que atuam nas campanhas eleitorais, assinou um termo de compromisso com a finalidade de colaborar na prevenção da difusão de notícias falsas.
“Queremos que a sociedade brasileira, nessas eleições, através do voto, dê uma demonstração de ética e moralidade”, afirmou Fux.
O presidente do Senado Federal, Eunício Oliveira (MDB-CE), ressaltou que o combate a notícias falsas não pode ser utilizado como uma desculpa para censura prévia. Segundo ele, a imprensa livre é um dos pilares da democracia brasileira.
“O Congresso Nacional não patrocinará na atual legislação qualquer tipo de censura prévia ou cerceamento de informação”, disse.
Para ele, a luta contra as fake news deve ser realizada por todas as instituições, já que boatos veiculados podem promover “uma devastação ilegal” nas eleições deste ano.
“Duas horas de circulação de uma notícia falsa exigirão meses ou anos para reconstruir uma verdade. Às vezes, nem se consegue, porque, como se diz, a internet não esquece”, afirmou.